quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Circo Empresariál Na Hora Do Show

Lembro-me que quando era criança, adorava ir ao circo que todo ano fazia uma turnê perto de casa. Era um circo humilde (aos olhos de hoje), que montava em todas as férias de Julho no bairro do Campo Limpo em São Paulo.  Palhaços, homens no Globo da Morte, Atirador de Facas, Mágicos... , mas o momento mais esperado era o show dos trapezistas. É duro admitir, mas a verdade é que, mesmo de forma inconsciente, estávamos ali, presos a cadeira, esperando por seus erros..sim, pelos seus erros...pois além de mais emocionante, sabíamos que havia uma rede de proteção logo abaixo. Todo ano era a mesma coisa: minha espera era ansiosa e frenética. 
O espetáculo nunca era o mesmo.Todo ano tinha algo de novo. Novas roupas, novos números, novas atrações. Eles sabiam que para conseguirem novamente o mesmo publico, era preciso inovar, criar, renovar, rever. A única coisa que era igual eram os trapezistas. Havia uma “pequena” diferença, os números eram cada vez mais elaborados e arriscados. Era sempre o “GranFinale”. Todos os anos assim, até o dia em que a grande novidade, desta vez, era realmente sensacional. Os trapezistas já não usavam rede de proteção, diferentemente dos demais artistas, o que tornaria qualquer descuido um erro fatal. O trabalho em equipe, o treino continuado, a confiança de cada um a cada um, o comprometimento e a atenção aos detalhes era crucial
Hoje tenho a oportunidade de assistir o Cirque du Soleil, onde o conceito é o mesmo, no entanto a preparação muito diferente e claro, os recursos também, A magia do espetáculo é  ver a capacidade de promover uma verdadeira experiência, um show inesquecível. Eles conseguem mostrar a capacidade e a superação dos limites do homem, a bela plástica da atenção dos detalhes a sinergia, a sincronicidade de cada número, a iluminação, a música... tudo ... tudo mesmo em perfeita harmonia e equilíbrio.
 Soube pelos próprios profissionais do Cirque du Soleil, 3 são Brasileiros, que treinam oito horas por dia 6 dias por semana, além claro da apresentação, em média 2 por dia. E enfaticamente disseram-me... Poderíamos fazer melhor e treinamos todos os dias para isto. É impressionante.
 Quando os questionei se não era muito exaustivo, falaram – Talvez, mas é a nossa paixão e fazemos isto com muita vontade e temos que a toda hora nos superar, até porque ai fora existe um montão de gente, também muito boa querendo entrar no nosso lugar.
 Faço agora uma alusão ao Mundo Corporativo, que semelhante ao Circo, precisa de um palco (seu mercado), platéia (seus clientes), inovações constantes, treino, muito treino, comprometimento, sinergia, objetivos comum, atenção aos detalhescompetência e muito tesão para fazer acontecer. O Circo hoje são as empresas, mas com uma única atração: os trapezistas. E as empresas também não têm rede de proteção!
Se cair, é morte. Se fizer o previsto, os aplausos. Se fizer mais e, com emoção, a certeza que voltaremos para ver o próximo espetáculo. Mesmo que tenhamos que esperar chegar o próximo ano.
São as empresas na corda bamba!
 Ou nos preparamos para o grande espetáculo ou não teremos mais público.
Cláudio Tomanini

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